Conheci a dona Eugênia tem pouco tempo, mas já nos tornamos boas amigas.
Eu estava na sala de espera, no centro médico, para fazer um exame nos olhos.
Ela se sentou ao meu lado e, muito mais experiente, me falou como seriam todos os procedimentos.
Ficamos ali pelo menos uns quarenta minutos, enquanto a médica vinha, cada pouco, colocar colírio nos nossos olhos. Foi tempo suficiente para a dona Eugênia me contar do casamento maravilhoso, de quarenta anos, que ela teve com o seu amado holandês.
Quando ela percebeu que estou grávida, me falou do bebê que ela perdeu ainda moça e que por causa de complicações da diabetes, nunca mais pode ter outro filho. Viúva, sem filhos ou família, vive há 8 anos sozinha. E sozinha ela estava para fazer um exame, onde era importante ter um acompanhante.
Em seguida fui chamada para fazer o exame e me despedi dela. Desci, encontrei o Diego, que me aguardava na recepção e quando já estávamos de saída da clínica a encontramos caminhando devagar, por causa das pupilas dilatas pelo exame.
Apresentei-a ao Diego e ela fez a maior festa!
Disse que ele era lindo, que somos um casal lindo e que nosso bebê será lindo também.
Como ela estava indo para o mesmo lado que nós, dei-lhe meu braço e subimos a rua os três de braços dados. Diego ia conduzindo as duas ceguetinhas.
E dona Eugênia estava empolgadíssima, falamos mil assuntos enquanto subíamos a rua.
Depois de alguns quarteirões a deixamos na porta do restaurante da amiga dela.
Diego e eu fomos até o laboratório marcar um exame, depois almoçamos.
Quando fomos até o ponto de ônibus para voltarmos para casa... Lá estava ela novamente!
- Olha só o meu casal preferido! É muita coincidência encontrar vocês assim duas vezes!
Conversamos mais um pouco, trocamos telefone e então nosso ônibus chegou.
Dias depois o telefone toca:
- Oi minha princesinha é a Eugênia, que você e seu lindinho conheceram no centro médico, tá lembrada?
- Oi dona Eugênia, claro que me lembro da senhora! Como está?
E nos falamos por horas...
Uns dias depois fui eu quem ligou. Depois ela ligou de novo.
Marcamos encontros, marcamos almoços, outras ligações...
E ficamos amigas... grandes amigas.
Ela sempre que vai à igreja ora pelo meu bebê, para que ele ou ela nasça com muita saúde.
Eu sempre penso nela e já combinamos que sempre que ela precisar de acompanhante para algum exame é para ela me ligar.
Ela é uma querida, disse que é minha avó substituta e que quando o bebê nascer vai dizer que é o bisnetinho dela.
Eu não sei o que acontece, qual a minha disposição ou se sou predestinada, mas sei que eu simplesmente amo pessoas idosas e há algo em mim que eles também amam.
Acho que é porque eu adoro ouvir suas histórias e eles adoram ter alguém para ouvi-los.
E eu estou muito, muito, muito agradecida por ter uma nova amiga.
A vida não é mesmo maravilhosa?
Amanhã vou me encontrar com ela, almoçaremos juntas, prometo postar uma foto nossa aqui.
Dri! Quando sai o segundo livro? Tem tanta coisa boa no blog já! Projetos?
ResponderExcluirBeijão!
Samuca